Estou de volta, crianças. Nossa, voltei acabada, e queria contar TUDO, mas não sei se vou conseguir. Diário é isso mesmo, o mais engraçado é que eu adoro fazer isso. Ai mamãe.
Começou tudo às 4h44 da manhã de sábado, quando eu e o Rafa e meu pai super herói levantamos pra ir até a Tietê pegar o buso. Meu pai disse que sabia chegar na rodoviária. Tudo bem. Acreditem: passamos na frente da Casa de Detenção em plena madruga, não há nada mais
siniiiiistro que isso. Mentira, tem sim: a gente se perdeu por lá. Eu nem manjo nada de Zona Norte, onde a rima é forrrte, só sei chegar até o Hangar e voltar, e mesmo assim, às vezes quando vou fazer o retorno pra ir até o Hangar me perco naquela rotatória que é a maior do mundo. Enfim, achamos o caminho, e meu pai fica muito estressado quando tá perdido. Chegamos na rodô às 5h40, e o bus saía às 6. Firmão, trocamos as passagens, entramos no buso congelante com vento na minha cara, passamos 6 horas tentando dormir, com uma leve parada para o primeiro pingado e coxinha do fim de semana. Chegando na rodô de Cwb, liguei pro Chico, como havia combinado, mas a Bárbara me disse que ele estava dormindo e ela não conseguia acordá-lo. Pensei: "fudeu". Liguei pra tia Gilda pra ela me explicar como chegava na casa da Nessa, pegamos um taxi e fomos. De prontidão, lá estava ele, Gustavo Bernal, segundo meu irmão uma mistura de John Lennon com Jim Carrey (gostou, hein, Bernal?), já vivendo altas trapalhadas na casa da Nessa. Descarga que disparou, gente dormindo lá e ele nem percebendo, síndica reclamando... Ai mamãe, onde esse mundo vai parar?
Bem, de noite, não tínhamos muito a fazer enquanto esperávamos ir pro show, e aí ficamos assistindo um dvd da Casa dos Artistas (Nessa, por que vc tem esse dvd???), e rachamos muito o bico com o Papito. Gustavo e seu amigo Viniciãos (que é praticamente o dobro do meu pequeno tamanho, acreditem) se dirigiram à Pedreira, e eu e o Rafa ficamos bodeados jogando Super Nes, emocionados com tamanha façanha que tínhamos em atirar o Mario voando diretamente para a morte. Daí resolvemos partir também, o tiozão do posto explicou (errado) como a gente fazia pra ir, pegamos dois busões extremamente encapotados porque fazia um puta frio da porra, e subimos a pé até a Pedreira. Lá chegando, encontramos dois jovens senhores (ficou estranho), sentados e congelando ao lado do palco. O Rafa não sei como conseguiu tomar cerveja, enquanto eu tomava uma gigante dose de conhaque. Percebam a ironia, por favor. Algumas horas depois, o show começou, e nós já estávamos lá no meião, sendo pisoteados, lutando por um simples espaço em que eu, a mala pequena, mais pra uma pochete então, pudesse ver algo do palco. Óbvio que não dava. Mas depois tudo ficou melhor. Foi só começar os primeiros acordes que todos começaram felizes e contentes a pular e a multidão se movimentar. Ah, os shows de rock.
Muito foda. Fico até com medo de escrever, porque acho que não vou ser completamente fiel ao que vi/ouvi. Muito foda ouvir Tame, chorei, óbvio, e o mais foda ainda foi quando eles voltaram pro bis depois de uma hora com Gigantic e Debaser, que foi a primeira música deles que eu ouvi na vida.
Ah, na metade do show, o Rafa se deu conta de que perdeu a carteira. Tadinho, em janeiro ele já tinha perdido uma (igual, diga-se de passagem), e aí no sabadão, outra. E antes do show começar, o Tatá perdeu o celular. Só tragédia. No fim do show, ficamos procurando celular, carteira, qualquer coisa, mas nada. Achamos umas 3 carteiras de outras pessoas, e 40 minutos depois, desencanamos. Quando estávamos indo embora, Tatá teve a brilhante idéia de perguntar pros gambés que estavam na saída se eles tinham achado algum celular e/ou carteira. Tinham. Mas não o celular do Tatá. Tadinho. Tinham achado UMA carteira, que acreditem,
era a do meu irmão. Ufa. Detalhe:
nossas passagens estavam na carteira. Bem, voltamos ao apê da Nessa, e foi aí que fomos descobrir que o George estava dormindo lá! E ele tinha dormido no dia anterior e o Gustavo não tinha percebido!!!! Eu e o Rafa dormimos por duas horas, acordamos às 5 da manhã de novo, pegamos um táxi, acordamos o Gustavo pra fechar o portão (foi mal!) e fomos embora. E se você pensa que parou por aí, eu lhe digo, não! Eu e Rafa, cobertorzão na mão e mala na outra, chegando em SP, passando pela Eusébio Matoso. Falei pro Rafa "Puts, a gente devia tentar descer aqui, se não a gente vai ter que ir até o Tietê pra pegar metrô pra voltar pra vovó que é do lado." "Magina, Dedé, não vai dar pra descer aqui no meio da Marginal!". Ah, vai. Vimos um casal se aproximar, e eu saí correndo com o cobertor azul, me sentindo o próprio Linus, e falei pro Rafa "Pega a mala!", e ele saiu com a malona na mão dando porrada em todo mundo. Marginal Pinheiros. Lá estávamos nós. Sem dormir. Lesados. No meio da Marginal. E o mais legal é que a gente curtiu pacas tudo isso. Depois ainda fui almoçar na tia Lila, ficamos lá até 6 da tarde, e não aguentei ir ao DF. Mas tudo bem.
A gente viu o Pixies ao vivo.