.:o muro da dedé:.

:: diário de uma pós adolescente urbana:: feel free.



terça-feira, maio 30, 2006

mais pra lá...

então no sábado eu fui numa festinha de aniversário de um tio meu. contando assim parece tudo chato, mas o esquema era patrão. foi no the bridge, que é um restaurante que fica no centro brasileiro britânico, também a sede da cultura inglesa e onde eu fiz toda a seleção, entrevistas, etc e tal. bom, vamos lá.

a vista era animal. eu não consigo não gostar de são paulo, urbana, linda, à noite. só ficaria melhor se o tempo tivesse um pouco mais quente, talvez no fim da tarde, não sei... lá chegando, vários canapés gostosos: carpaccio, queijo brie, foie gras... e pro-secco. e muito pro-secco. e eu acho que tô ficando velha, porque poderia ter optado pelo uísque, mas hey, eu nunca fui muito de uísque. e não tinha cerveja. tinha suco. pff, com pro-secco à vontade pra que eu vou querer tomar suco??

hmm, delícia. quando eu achava que já estava bom, avisto um barco. um barco?? sim, de sushi. na verdade, depois fui ver direito, não era um barco: era uma ponte. e essas pontes eram rapidamente substituídas por outras pontes. acabava uma, chegava outra, depois outra correndo e mais uma, e mais uma, e mais... ahhhh. delícia. me entupi de sushi. de pro-secco. óbvio que tinha o jantar. mas eu não aguentei o jantar. fiquei me entupindo de sushi, e não achei nem um pouco ruim. depois tinha uma sopa de abóbora com gergelim. essa eu provei. tava uma delícia.

e devo dizer que foi tudo na faixa. que ótimo.

as conseqüências finais foram que saindo de lá, fui pra balada mas já estava tão louca que bodeei. 3h30 da manhã estava em casa.

encher a cara de pro-secco é muito 30 anos, não?



quarta-feira, maio 24, 2006

tem gente que mora no meu coração.
tem bicho que também mora.
tem até coisa que mora no meu coração, por mais patético e materialista que isso seja.
aí quando as pessoas entram por aqui, fica meio impossível delas saírem. pode acontecer o que for, podem mudar de país, podem brigar comigo, podem se afastar, podem não me ver todo dia. mas elas ficam aqui.
de um lado, eu acho isso bom. porque assim sempre que penso na pessoa, ou vejo uma foto, ou qualquer coisa, instantaneamente me lembro que ela me faz sentir bem. elas me fazem sentir uma coisa engraçada e meio triste, que mistura de vez em quando com a saudade. mas eu só lembro do lado bom quando isso aparece. é a Nostalgia.
só que de vez em quando as pessoas moram no lado machucado do meu coração, e aí vai ser meio impossível eu olhar uma foto, bilhete ou outra coisa que me faça lembrar dessa pessoa sem me sentir meio magoada. isso chama Rancor. talvez. talvez não se chame Rancor, talvez seja apenas aquela sensação, aquela que de vez em quando aparece, aquela que faz você pensar mas por que eu?. essa eu esqueci como chama. ah sim, é a Incompreensão.
e ainda, de vez em quando, você olha pro presente. e vê que cada um tá num canto, fazendo suas coisas, vivendo suas vidas, seguindo seus caminhos, fazendo suas escolhas. você fica feliz por essas pessoas. você às vezes pensa que queria estar mais próxima, mas pro seu próprio bem, e aí pode ter certeza que é o Egoísmo que está por perto. mas é só olhar direito, pertinho dele vai estar aquela coisa que te impede de ficar triste por cada um estar no seu canto, aquela que sobressai de todas as outras. e essa eu não sei o nome, mas eu sinto todo dia.



domingo, maio 21, 2006

tem coisas que me deixam com raiva e ciúme.
e não adianta dizer que eu não tenho motivos. os ciumentos me entendem.



quinta-feira, maio 18, 2006

longo, mas vale a pena

O filme A Queda, baseado no relato da secretária de Hitler sobre seus últimos dias, foi criticado quando de seu lançamento, sob a acusação de "humanizar" o ditador. O diretor se defendeu dizendo que Hitler - gostemos ou não - era, de fato, um ser humano e que o filme procurava mostrar que quem faz monstruosidades é o ser humano e não os animais irracionais.

À condição humana não se renuncia, nem pode ela ser "cassada" por piores que sejam os atos cometidos por alguém, mas não é assim que funciona nosso sistema policial-prisional.

Raimundo Pascoal Barbosa, o grande cearense que tanto dignificou a advocacia de São Paulo, dizia que até a implantação do regime militar só os pobres eram torturados, mas que a ditadura "democratizou a tortura", passando a bater indiscriminadamente em pobres e ricos. Pois algumas das vítimas dessa fase negra são próceres do regime que democratizou a humilhação e a desumanização de detidos, suspeitos e condenados. São corriqueiras as imagens de pessoas que não ostentam a menor periculosidade física sendo exibidas com algemas, como se fossem troféus de caça, ou enfiadas em camburões como frangos em jacá; cada vez que há uma reportagem sobre presídio não há como esconder as condições em que vivem os detentos, muito abaixo do mínimo de salubridade exigido pela Sociedade Protetora dos Animais, para lembrar a feliz intervenção de Sobral Pinto. E se o DOI-CODI se orgulhava de bater primeiro e perguntar depois, o instituto inconstitucional da prisão temporária se presta hoje ao "prende primeiro e pergunta depois".

Os presos são amontoados em pocilgas, sem a menor condição de higiene ou decência, animalizados em todos os aspectos. Pior que isso: Se o crime é "hediondo" (e, como diria José Carlos Dias, lá existem crimes adoráveis?) a situação é, sem exagero, dantesca: Lasciate ogni speranza voi che entrate. Aquilo que René Ariel Dotti chamou de "RDD - regime da desesperança" é, para Dante, a essência do inferno. Não há esperança, não há objetivo a atingir, não há vantagem alguma em ter bom comportamento, não há benefício em resistir aos "donos" do canil. O sistema empurra o condenado para a quadrilha desde o primeiro dia pois, pertencendo ou não a ela, a pena a cumprir será a mesma.

Não sei que proveito há em discutir se o que vivemos é ou não terrorismo. Que diferença faz? O que é importante é entender que é a panela de pressão, aferventada pelo Estado, que está vazando. Ela ainda não explodiu, mas se persistir a fervura não se pode prever outro desfecho.

Chovem, nesta hora, opiniões dos que se nivelam aos bandidos e acham que o Estado deveria agir como eles, "endurecendo" ainda mais o processo de desumanização, aumentando a fervura. A se concordar com isso, é melhor deixar de lado o sadismo e partir logo para a pena de morte, desde que aplicada de imediato.

Pior ainda é achar que cerceando direitos - ou seja, reduzindo ainda mais a condição humana, suprimindo o pouco que dela, às vezes, resta - vai-se obter algum resultado. Nesse aspecto é insuperável a afirmação do Professor Miguel Reale Júnior: "O preço da liberdade é o eterno delito". É possível suprimir de vez a criminalidade? É, sim. Basta que cada um de nós passe a viver trancafiado numa cela individual...

Prefiro a liberdade.

por Arnaldo Malheiros Filho, advogado criminalista



quarta-feira, maio 17, 2006

devo lhe dizer...

que sou réu confesso...

tem músicas que mesmo quando a gente não tá na fossa ou com nenhum problema de relacionamento nos fazem ficar meio assim...

***
eu confesso também que fiquei assustada com tudo que tá acontecendoe m são paulo. achei que não fosse me atingir, pensei que era tudo uma bosta, mas o sistema carcerário é realmente um cu, e tal... daí eu acordei na 2a feira pra trabalhar, ainda meio sonada desço a interlagos. 6h30 da manhã, ainda meio escuro. tinha um ônibus queimado. fiquei com o cu na mão. enquanto eu dormia, queimavam ônibus, atiravam em não sei quem, matavam "bandidos" e polícia.
o foda é que agora fica todo mundo falando que esse lance de direitos humanos é uma putaria, não deveria existir, o caralho a quatro. por mais que eu possa me sentir ameaçada, é impossível dizer não aos direitos humanos. impossível. agora então a polícia tem carta branca pra matar "bandido"?

tá certo, como diria nosso querido maluf, coloca a rota na rua. acaba com os problemas. sim, porque aí todo "bandido" morre.

errado, muito errado.
tudo.

***
acho que não fez sentido nenhum.



terça-feira, maio 09, 2006

é tão bom quando vc consegue conversar por horas com alguém que está tão longe, e perceber que nada, nada mesmo, mudou. ela continua lá pra mim, pra me ouvir, me dar bronca, me falar quando estou certa ou errada. só temos um oceano entre nós, mas de resto, tudo continua igual.
que bom.



segunda-feira, maio 08, 2006

e-bay

finalmente, eu aderi.
agora estou viciada.

socorro, meu salário vai todo pra e-bay!



quinta-feira, maio 04, 2006

ainda 20 e poucos anos?

depois que até a minkins resolveu reativar o blog dela, resolvi tomar vergonha na cara e escrever mais por aqui.

a verdade é que tudo tem me estressado. mentira, não é tudo. é o trabalho. o trabalho tem me estressado e aí eu fico estressada em todo lugar: em casa, no trânsito (opa, eu já era estressada no trânsito antes! quem culpo??), com família, com namorado... só posso pedir desculpas se der uma resposta atravessada. por antecedência, talvez.

estou passando por um momento meio difícil, que ainda é difícil de falar sobre o assunto, porque só o descobri hoje de verdade. só o assumi hoje de verdade. eu não sei o que vou ser quando crescer. e de repente eu olho no espelho e hey, já cresci! (sem piadas, por favor, eu não passo de 1m55, mas tenho sentimentos e quase 26 anos na cara). tá tudo difícil, eu não sei o que fazer, não sei onde ir, não sei do que gostar, não sei se gosto tanto assim de tudo. mentira, eu sei algumas coisas. sei, por exemplo, que amo minhas amigas mais que tudo. sei também que não sei o que faria sem o meu habib, e não suporto a idéia de perdê-lo. também sei que estou ficando cada vez mais sentimental, mas then again, quem é mais sentimental que eu?

a idéia de fazer alguma coisa e sair daqui por um tempo me é tentadora. na verdade, não há tentação ainda, somente projetos, planos... projetos e planos que eu quero colocar em prática logo. sempre fui assim. sempre demoreeeei pra tomar decisões, mas aí quando as tomo, fico ansiosa pra que as conseqüências comecem a aparecer logo.

céus, marcelo camelo que é sábio quando diz que quer ver o horizonte distante. eu também quero.