.:o muro da dedé:.

:: diário de uma pós adolescente urbana:: feel free.



quarta-feira, junho 30, 2004

Esse texto eu já publiquei no meu blog há um tempão atrás, quando menos gente ainda lia. E é foda demais, porque lembro quando o li. E engraçado, fui ler o blog da Luisa, e ela tinha colocado esse texto, justo hoje, de todos os dias, o dia em que eu estou com sangue nos óios de tão chateada + puta da vida. Como bem e sabiamente disse a Tata, deve ser a combinação Leão (meu signo) + Touro (meu ascendente). Qualquer dia escrevo sobre a dor de ser leonina e ainda ter ascendente em Touro. Mas por enquanto, leiam esse texto da Clara Averbuck. Pena que quem eu quero que leia não vai ler.

Eu, você e a Pangea rachada
Para o mesmo de sempre, o de antes


"Nunca mais vou acreditar em uma palavra saída desses seus dedos sujos, sejam elas roubadas ou aquelas de espuma branca que só você sabe fazer. Nunca mais.
Nunca mais quero ouvir a sua voz, te ver, te ler, te lembrar. Nunca mais quero ser sua amiga e ouvir o amargor de menino cristão, nunca mais quero te dar ombro quando você disser que está sem amor. Não quero, não quero, não vou.
Nunca mais, nunca mais, nunca mais.
Não mais amantes há tempos, agora, não mais amigos, não mais nada, nada, não.
Nunca mais vou ter paz. Não existe paz, só o meu cérebro fervilhando, entrando em erupção por cada fio de cabelo, cada poro, cada gota de suor.
E só você entendia.
Ou fingia entender.
Ou eu, idiota, inventei que você entendia porque tinha inventado tudo sem saber sobre a cordinha na sua mão.

A maior invenção do mundo até me puxar descarga abaixo.

Não vou te mandar me esquecer porque você já esqueceu.
Não vou te mandar sumir porque você já sumiu, sem adeus, sem uma carta, aviso prévio, bilhete suicida. Nada, simplesmente sumiu no silêncio do telefone mudo.
Eu já sabia.
E o pior, querido, é que você entendeu tudo errado.

Puxa a descarga mais uma vez, puxa com força e enfia sua cabeça lá dentro, deixa a água correr e tenta entender direito na próxima vez.

Você só perde.
Azar. Seu, meu, do resto do mundo.
Eu já sabia.
Você estraga tudo, tudo, tudo.
Obrigada por estragar tudo.

De novo. Do mesmo jeito covarde, aquele silêncio mentiroso que mata. Não saber mata. O silêncio é uma espécie de mentira. Prefiro um tiro no peito, o sangue jorrando e o mundo se esvaindo do que a dúvida me corroendo.

Você estraga tudo.

Mas foda-se.

Não quero mais brincar com você. Nunca mais. (...)"