.:o muro da dedé:.

:: diário de uma pós adolescente urbana:: feel free.



quinta-feira, março 17, 2005

é tudo cinza.

Anyway... Hoje eu tava indo trabalhar, ou voltando do trabalho, enfim, e tava um tempo bem ruim. Meio chuvoso, a cidade cinza, São Paulo é cinza. As pessoas são cinzas. Você olha pro lado e é raro ver uma pessoa que esteja rindo. Ou sorrindo. Ou cantando. Ou então, você olha pro lado, e aí , quando a pessoa vê que você tá olhando, você vira a cara. Talvez desde pequenos sejamos assim, porque até as crianças não olham pra você mais. O que houve com aquelas crianças que ficavam dando tchauzinho pras outras dos outros carros? Que daí quando as pessoas dos outros carros olhavam, elas se escondiam com uma risadinha tímida? Eu era uma delas, e hoje em dia não suporto a sensação de estar sendo observada por alguém quando estou sozinha no carro. Mas eu mesma adoro observar as pessoas. Sempre olho pro lado e começo a imaginar o que está acontecendo. Anteontem mesmo, eu tava na Paulista, banco de passageiro, tocando qualquer coisa na rádio. Olhei pro ponto de ônibus. Eram umas 5 da tarde, também de um dia cinzento, chuvoso, trânsito... Tinha uma menina esperando por um ônibus. Ou por alguém, não sei bem. Ela tava tão séria. Fiquei imaginando o que podia ter acontecido com ela. Dia de trabalho ruim, ou brigou com o namorado, ou não tem namorado e tá triste por isso, ou tá triste porque tem namorado, enfim... Também nem tudo é por conta de namorado ou falta de, né? Mais tarde, passei pela Oscar Freire, fazia tempos que não passava por lá. O supermercado tá maior lá, perto da Teodoro, parecia. O trânsito me pareceu igual. O ponto de táxi também. A luz branca do apê 54 tava igual. Mais pra frente, depois da Rebouças, uma outra menina com sacolas de compras na mão, aí já eram umas 7 da noite. Foi pegar um táxi. Fiquei pensando se um dia vou sair a pé pra comprar coisas no supermercado no começo da semana. Se vou comprar coisas só pra mim ou pra mais alguém também. E se os dias vão continuar sendo cinzas.